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Economia tem melhor resultado em 6 meses
O movimento era esperado pelos economistas e é explicado pela proximidade do fim do ano.
Após meses de relativa estabilidade, a atividade econômica voltou a crescer com mais força em setembro. Levantamento divulgado ontem mostra que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,69% em setembro ante agosto. Isso quer dizer que o Brasil teve a maior expansão da economia desde março de 2010, quando havia crescido 1,11%.
O movimento era esperado pelos economistas e é explicado pela proximidade do fim do ano. No terceiro trimestre, a atividade avançou 0,35% em relação ao segundo trimestre.
"O número mensal veio um pouco melhor do que a gente esperava. Ele sinaliza alguma retomada impulsionada pelas vendas do fim do ano, o que sempre acelera a economia", diz a economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thaís Zara. No trimestre, porém, o ritmo de setembro não foi suficiente para elevar de forma relevante o índice na comparação com o trimestre anterior (abril a junho). "Mesmo com o número um pouco mais forte no mês, o indicador tem variação de 0,35% no trimestre, bem próximo da nossa estimativa preliminar para o Produto Interno Bruto (PIB) do período."
Em 12 meses, o índice do BC acumula expansão de 8,03%, o que sinaliza que a economia deve fechar o último ano do governo Lula com forte ritmo de crescimento. O número acumulado em 12 meses, porém, está mais baixo que o verificado há alguns meses, quando o IBC-Br mostrava expansão mais próxima de 10% em um ano.
O IBC-Br é um indicador produzido pelo BC com vários indicadores econômicos disponíveis, que tenta capturar o ritmo e a evolução da atividade econômica e, em última instância, do PIB brasileiro. A intenção do BC foi criar um número para que houvesse análise mais rápida das variações da economia que os dados do PIB, divulgados apenas a cada trimestre pelo IBGE e com atraso de alguns meses.
Por isso, o ritmo mais forte da economia em setembro pode reforçar o debate quanto à necessidade de reação da política monetária para controlar a alta dos preços verificada em 2010 e esperada para o primeiro ano do governo de Dilma Rousseff.
Reação. Antes mesmo da divulgação da pesquisa, o mercado financeiro já havia aumentado na terça-feira a previsão para o nível do juro básico da economia, a Selic, no fim de 2011. Na avaliação do mercado, para segurar a alta dos preços - que deve ser potencializada pela economia mais aquecida, o que aumenta a demanda -, o BC deve aumentar o juro logo nas primeiras reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). Por enquanto, prevalece o entendimento de que a taxa deve subir para 12% no decorrer de 2011.
Thaís Zara é um pouco mais pessimista que o mercado e prevê 12,25% no fim de 2011. "Temos pressões sobre a inflação que se desenha no cenário futuro." Para Thaís, essa piora gera a necessidade de reação do BC.
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