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5 grandes desafios que a Internet enfrentará em 2012

2012 pode entrar para a história da Internet como um dos anos mais significativos a partir de uma perspectiva técnica e política desde o final dos anos 1990

2012 pode entrar para a história da Internet como um dos anos mais significativos a partir de uma perspectiva técnica e política desde o final dos anos 1990, quando essa “rede de redes” deixou de ser um projeto de busca e tornou-se uma ferramenta de crescimento econômico.

Neste ano, a Internet enfrentará vários fatos marcantes, uma vez que passará pelo maior upgrade técnico da sua história, indo versão 4 para a 6 do Internet Protocol (IP). Além disso, contratos importantes que o governo dos EUA controla para a infraestrutura e operação da Internet estão sendo refeitos. Colocados juntos, esses eventos poderiam resultar em mudanças fenomenais tanto em quem opera a infraestrutura da Internet assim como na maneira que as operações são realizadas.

1. Os servidores root podem ter uma nova operadora
A fundação sem fins lucrativos ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers) tem cuidado das operações dos servidores root (raiz) de Internet desde sua fundação em 1998. No entanto, o contrato da ICANN está para expirar em março, e uma nova organização dos EUA pode acabar tomando conta dessa função tão importante.

As 13 fazendas de servidores root da Internet são as primeiras na hierarquia DNS, que combina os nomes de domínio com seus endereços de IP correspondentes para buscar websites. A operação dessas fazendas de servidores é supervisionada pela IANA (Internet Assigned Numbers Authority), que se reporta ao ICANN.

Em vez renovar o contrato com o ICANN para a função da IANA, o governo dos EUA abriu licitação para outras empresas americanas. Em 10/11 do ano passado, o órgão NTIA (National Telecommunications and Information Administration) iniciou uma licitação aberta para a função da IANA. O prazo para inscrição se encerrou em 12/12 e espera-se que o contrato seja fechado no primeiro trimestre deste ano. O novo contrato para a função da IANA será válido entre 1º de abril deste ano e 31 de março de 2015.

2. Uma nova empresa pode operar o registro .com
A Verisign tem operado o domínio .com desde 1999. Esse é o registro top-level mais popular da web, com cerca de 100 milhões de nomes até o mês passado. Para colocar esse número em perspectiva, a Internet tem um total de 220 milhões de domínios de alto nível (top-level). O número de nomes .com supera qualquer outro.

A Verisign assinou um acordo com o ICANN em 1º de março de 2006 para operar o domínio .com, e esse contrato expira no próximo dia 30 de novembro.

Um indicador positivo para a Verisign: no último mês de junho, o ICANN renovou o contrato da companhia para operar o registro .net, que tem cerca de 12 milhões de nomes registrados. A Verisign será responsável pelo  .net até 2017.

3. Até 1.000 novos domínios top-level começarão a ser introduzidos
O ICANN planeja lançar um novo programa em 12/1 para adicionar centenas de domínio top-level genéricos (gTLDs) como “.hotel” e “.paris” na Internet. Essa ideia controversa tem sido discutida há seis anos, e finalmente está agendada para começar. O novo programa do ICANN representa a maior mudança no sistema de nomeação da Internet desde 1998, quando o ICANN foi formado.

O ICANN já realizou dois esforços anteriores para expandir o espaço de nomes de domínio da Internet: uma vez em 2000, quando adicionou sete extensões, incluindo .biz e .info; e novamente em 2004, quando adicionou mais oito extensões, como .asia e .jobs. Nenhuma dessas foi particularmente bem-sucedida.

No entanto, se a mais recente tentativa tiver sucesso, pode mudar fundamentalmente a maneira como os nomes de domínio são usados. Entre as novas categorias que tem a aprovação esperada estão: domínios internacionalizados em idiomas fora do inglês; orientados geograficamente para cidades e regiões; ligados a interesses específicos assim como relacionados a companhias e marcas individuais.

4. 10 mil sites adicionais terão suporte para IPv6
O dia 30 de setembro é o prazo para as agências do governo federal dos EUA darem suporte IPv6 em sites e serviços. Um número estimado em 10 mil sites se enquadra nessa descrição, o que pode poderia ajudar na preparação e adoção do IPv6 nos EUA nesses próximos 12 meses.

Estabelecido pela administração Obama há dois anos, o mandado federal do IPv6 também exige que as agência façam upgrade dos seus aplicativos de clientes internos que se comunicam com servidores públicos da Internet que usam IPv6 nativo. Mas as agências tem mais outros dois anos – até setembro de 2014 – para atender essa exigência. 

O IPv6 suporta um esquema de endereçamento expandido que pode suportar bilhões de aparelhos conectados diretamente com a Internet. Mas o IPv6 não é compatível com o IPv4, que está ficando sem endereços. As operadoras de rede podem tanto suportar os dois protocolos, no que é chamado de modo dual-stack, ou fazer a “tradução” entre IPv4 e IPv6, o que poderia adicionar latência e custos extras.

5. A Europa ficará sem endereços IPv4
O RIPE (Registro regional de Internet da Europa) deve ficar sem endereços IPv4 em 2012. O pesquisador do Centre for Advanced Internet Architectures na Universidade Swinburne de Tecnologia estima que o órgão ficará sem espaço para endereços IPv4 em 22/7 deste ano. 

Em abril de 2011, a Ásia esgotou todo o seu espaço para endereços IPv4 com exceção de uma pequena fração guardada de reserva para operadoras de rede iniciantes. É esperado que o registro dos EUA encerre seu espaço de endereços IPv4 em 2013.

O fim dos endereços IPv4 em várias regiões do mundo colocará mais pressão sobre as operadoras e empresas dos EUA para começaram a fazer a transição de suas redes para IPv6. Por exemplo, a consultoria Comcast afirmou que oferecerá serviços de produção IPv6 de qualidade em todo o país já em 2012.

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